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Edificação Família.

4 Verdades a respeito do Reino de Deus.


“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
(João 3:3)

Introdução

     Deus é um Deus de governo, e como todos nós já sabemos ele governa sobre todo o universo. A primeira palavra que Deus deu ao homem após cria-lo foi: 

“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai  sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
(Gênesis 1:28)
  
     Não temos dificuldade em perceber que Deus é um Deus de governo, um Deus de autoridade. Todavia nos falta entendimento sobre qual é o sistema de governo de Deus. Como é que o governo de Deus se aplica a vida do crente e principalmente na vida da igreja? É necessário então compreender a mensagem original e o propósito de Cristo. Jesus não veio para pregar uma religião ou algum ensinamento para acrescentar conhecimento apenas, ele veio para pregar o sobre o governo de Deus através do Reino de Deus. 
Deus governa a sua igreja e os seus filhos através de seu Reino.

     A pregação de Jesus era basicamente para falar sobre três coisas:

1. UM REI (ELE ERA O REI)
2. UM REINO (SEU PRÓPRIO REINO)
3. FAMÍLIA REAL (SEUS FILHOS)

     A ênfase no ministério de Jesus foi: 
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus".
(Mateus 4:17)

     No primeiro sermão, o sermão do monte, Ele disse: 
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
(Mateus 5:3)
     No mesmo capítulo ele disse: 
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”
(Mateus 5:10)

     Na oração do Pai Nosso ele nos ensina a orar dizendo: 
“9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10  venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;”
(Mateus 6:9-10)
     Ainda neste capítulo ele disse: 
“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”
(Mateus 6:33)

     Podemos ler também em Mateus 9:35: 
“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.”
(Mateus 9:35)

     Jesus disse aos seus discípulos: 
“É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado.”
(Lucas 4:43)

     Exortando os fariseus, Jesus disse: 
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!”
(Mateus 23:13)

     Alguns têm uma visão equivocada do Reino de Deus, estes pensam que o Reino de Deus é algo distante, futuro, mas Jesus além de orar no Pai nosso pedindo que este reino se manifeste aqui, a sua palavra diz também que Deus já nos transportou para este Reino. ALELUIA!!!

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor...”
(Colossenses 1:13)

     Como é importante aprendermos sobre o Reino de Deus!
     Depois de ter sido morto e crucificado, Jesus ressuscitou e ficou 40 dias com seus discípulos. 
“A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.”
(Atos 1:3)


4 verdades que você precisa saber a respeito do Reino de Deus

1.     O Reino de Deus só se manifesta na vida de pessoas arrependidas.

“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
(Mateus 4:17b)

      A falta de arrependimento nos impede de experimentarmos o Reino de Deus.
      Jesus começou a pregar e proclamar o Reino de Deus, primeiro falando sobre arrependimento, ele disse: “arrependei-vos”. A palavra grega para arrependimento é“metanoia” e significa mudança de mentalidade. Não é a princípio mudança de comportamento, é a mudança de mentalidade. Se você mudar sua maneira de pensar vai mudar a maneira como vive. A primeira coisa que Jesus confronta é a nossa mentalidade. Jesus muda as concepções do homem sobre Deus, céu, terra, família, finanças, plano e propósito eterno de Deus para o homem e principalmente sobre o seu Reino.

     Características de quem se arrependeu verdadeiramente:
1.     Quem se arrepende, confessa seus pecados para Deus e para o seu próximo.
2.     Quem se arrepende tem novos desejos.
3.     Quem se arrepende muda de comportamento.
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados...”
(Atos 3:19)

2.     O Reino de Deus não é regime democrático.

“Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
(Mateus 26:39b)

     Uma das beneficies da democracia, é o direito de cada um decidir a sua própria vida. Quando essa prática entra na igreja, cada um sente-se no direito de fazer o que bem entende.

     Precisamos aprender que nós somos parte de um reino, uma monarquia e não de uma democracia.
     Somos cidadãos do Reino de Deus, temos um Rei e não um presidente. Numa democracia todos tem direitos, todos querem reinvidicar, mas onde existe um Rei, só resta obedecer.

     Muitos dizem eu ou um servo de Deus, mas a palavra servo em todo Novo Testamento, no original é escravo. Escravo não decide nada, apenas obedece seu Senhor.

     Veja que a igreja hoje funciona do jeito “Cada um por si e Deus por todos.” Muitos dos nossos irmãos vivem de maneira isolada, à margem do corpo de Cristo. Eles colam adesivos em seus carros que dizem: “Deus deu a vida para cada um, para que cada um cuide da sua”. Onde eles aprenderam isso? Você não pode viver no Reino de Deus de maneira isolada dos demais cidadãos do Reino. Na democracia, todos falam, todos mandam, todos decidem, mas no Reino de Deus, só um é Senhor de todos, e quando este Rei e Senhor fala o povo obedece. Hoje é muito comum ouvirmos de nossos irmãos: “Não concordo com isso!”, “Não concordo com aquilo!”, e assim vão, discordando de tudo e de todos. Não deve ser assim no Reino de Deus.

     Quantas famílias estão destruídas porque em suas casas reina a democracia. A esposa que não concorda com o marido e por isso decide a sua vida. Filhos que não obedecem seus pais, porque pensam que já são suficientemente capazes de decidirem o que querem para si.

     As pessoas por muito pouco decidem desistir de seus casamentos, quando Deus diz lute pelo seu casamento. Decidem desistir de seus sonhos quando Deus diz lute pelo seu sonho. Decidem desistir da igreja quando Deus está dizendo lute pela minha igreja, pelo meu Reino. Decidem desistir de seus discípulos quando Deus não desistiu deles. Tudo isso porque pensam: Eu posso decidir a minha vida.

     Você pode estar se perguntando: Mas onde fica o livre arbítrio? Eu te pergunto, onde o livre arbítrio ajudou o homem? Todas as vezes que o homem agiu de maneira independente, este se frustrou.

     A idéia de que cada um pode decidir sua vida é uma filosofia "mundana", inventada neste mundo, por homens que não tem compromisso com a igreja, com os irmãos e nem com a palavra de Deus.

O Reino de Deus é o governo Pleno de Deus nas nossas vidas. O Reino de Deus começa em você!

3.     O Reino de Deus é alcançado por esforço não é de graça como a salvação.

“ Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. 21 Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda. 22 Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. 23 Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai. “
(Mateus 20:20-23)

     No texto referido, Jesus é solicitado pela mãe de Tiago e João que lhe faz um pedido um tanto quanto inusitado. Ela pediu a Jesus que deixasse seus dois filhos em posição de honra no reinado de Cristo. O desejo daquela mulher era ver seus filhos reinando com Cristo, e este é um desejo nobre. Mas a resposta de Jesus foi surpreendente: “Podeis beber o cálice que eu estou para beber?”

     Trocando em miúdos, a resposta de Jesus foi: Para reinar comigo será necessário pagar um preço. Veja que aqui Jesus não está falando da salvação da nossa alma, pois a salvação é de graça, mas aqui o assunto de Jesus é galardão ou recompensa. Isso nos fala de receber um prêmio e não um presente.

     Com relação a sua salvação, a Bíblia diz que ela é de graça, pois Cristo a conquistou na cruz do calvário. Vejamos algumas passagens que falam a respeito disso:

“E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”
(Atos 2:21)

“Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, do mesmo modo que eles também.” (Atos 15:11)

Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.”
(Romanos 10:9)

“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”
(Romanos 10:13)

“estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).
(Efésios 2:5)

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9não vem das obras, para que ninguém se glorie.”  
(Efésios 2:8-9)

     A salvação é de graça, e a porta que instantaneamente nos leva a vida de Cristo é a fé, mas o Reino de Deus exige percorrer um caminho, pagar um preço. v. 22

     Veja a seguir, algumas referências sobre o preço que os crentes devem pagar para participarem do Reino de Deus:

Esforça-te e tem bom ânimo é a palavra para os que querem romper. Js 1:6
Renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz é a palavra para os verdadeiros discípulos. Mt 16:24
Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós, resisti ao diabo e ele fugirá de vós é a palavra para os campeões. Tg 4:7
Persevere em fazer a vontade de Deus para alcançar a promessa é a palavra para os vencedores. Hb 10:36

Entrar no reino exige muito esforço!

“Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.” (Deuteronômio 28:1)

Essa é a razão de colocar em nossa placa Apocalipse 2:26:

“Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações.”
(Apocalipse 2:26)

     Tiago e João queriam reinar, mas eles aprenderam que toda conquista é antecedida por um preço! Cada degrau a subir, cada obstáculo a ser superado, possui seu próprio preço. Você nunca será de fato um cidadão do Reino se você falhar em pagar o preço. Veja que tudo nessa vida custa um preço. Algumas pessoas tem uma idéia equivocada sobre conquistar coisas. Como já falamos anteriormente na vida do crente só a salvação é de graça e instantânea. O resto tudo tem um preço e é processual. Se você quer desfrutar do Reino, pague um preço maior em servi-lo!

     Se você quer que o reino de Deus alcance seu casamento, pague um preço, invista em seu casamento lutando por seu cônjuge e não contra ele. Quer ser um lidere de êxito, lute para consolidar sua liderança, pagando o preço da renúncia, do serviço e veja o Reino se manifestar em sua vida.

    O mundo quer que fiquemos na mesma situação, passivos, esperando que Deus faça o que devemos fazer. Lembre-se de que somos “cooperadores de Deus” (1Co 3:9) desta linda obra. Temos parte nisso e não abrimos mão disso.

     É sempre mais fácil desistir do que lutar. Se o casamento está ruim, troque de cônjuge. Se o trabalho está ruim troque de empresa. Se a igreja não vai bem, troque de pastor. A vida de muitos é um eterno “troca-troca”.

     O Reino de Deus é tomado por esforço, não por esforço humano, mas no Espírito (1Co 12:3). Este esforço está relacionado com a Fé em Deus e no poder do Espírito Santo. 

“Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele”. 
(Mateus 11:12)

“fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”. 
(Atos 14:22)

4.   Quem está inserido no Reino de Deus desfruta de Justiça, paz e alegria no Espírito.

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. 
(Romanos 14:17)

          Todo cidadão do Reino de Deus vive desfrutando dessa condição.

          
A Justiça está relacionada com a obediência à palavra de Deus e a dependência de Deus, 
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. 
(Mateus 5:10.)

Os escribas e fariseus eram extremamente justos, mas a sua justiça era humana. Temos que ser muito mais justos do que eles para entrarmos no Reino de Deus. 

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. 
(Mateus 5:20)

     Uma convicção de alguém que participa do Reino de Deus é a justificação. Eu não preciso me defender pois já fui justificado. Não preciso me preocupar com a injustiça, pois aquele que é justo me justifica.

     Como conseqüência disso, podemos viver em paz, pois a justiça de Deus nos traz paz.  
“6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
(Filipenses 4:6-7)

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor...”
(Hebreus 12:14)


     Como conseqüência deste processo podemos também desfrutar da alegria no Espírito.Está relacionada com o Fruto do Espírito (que é o caráter de Cristo):
     Todo discípulo de Jesus recebeu o Poder para ser feito filho de Deus, e foi introduzido no seu Reino, tem alegria em seu coração.

“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus”.
 (1Pe 4:12-14)

“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos”.
(Filipenses 4:4)

     O primeiro milagre que Jesus operou foi transformar água em vinho, e se Ele não mudou, hoje ele pode fazer este mesmo milagre trazendo uma nova porção de alegria para você.

Lembre-se: Você foi chamado para Reinar com Cristo!!!



A Ceia do Senhor.


Pr. Vinicius Cano.  


“…o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes em que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha.”
(1 Coríntios 11.23-26)

 Introdução

     O que é a Ceia do Senhor? Como e quando deve ser celebrada? Quem pode participar dela? Quero esclarecer um pouco desta ordenança de Jesus praticada em nossas igrejas…


UMA INSTITUIÇÃO DE CRISTO
     Observando a expressão “fazei isto”, percebemos que se trata de uma ordem de Jesus. É um imperativo, e fica ainda mais evidente ser uma ordenança para a Igreja, quando Jesus repete a expressão “todas as vezes que”… mostrando que este ato deveria ser parte da nossa prática cristã.


UM MEMORIAL
     Lugar algum das Escrituras mencionam o pão e o vinho se tornando literalmente o corpo e o sangue do Senhor na hora em que o partilhamos. Pelo contrário, Jesus deixa claro o caráter simbólico do ato ao dizer: “fazei isto em memória de mim”.
A ceia do Senhor é um momento de recordação do que ele fez por nós ao morrer na cruz para a remissão dos nossos pecados. Quando a celebramos, estamos anunciando a morte do Senhor Jesus até que Ele volte! Os elementos são, portanto, figurativos, e não literais.


UM RITUAL DE ALIANÇA
     Os orientais davam muito valor à alianças, e as respeitavam. Quando Jesus institui exatamente o pão e o vinho como os elementos da ceia, ele sabia exatamente o quê estava fazendo. Para os judeus, o pão e vinho faziam parte de um ritual de aliança de sangue, o mais alto nível de aliança a que alguém poderia se submeter.
     Ao contrair uma aliança deste nível, as duas partes estavam declarando que misturavam suas vidas e tudo o que era de um passava a ser de outro e vice-versa; por isso Jesus declarou na ceia que o cálice era a aliança NO SEU SANGUE, estabelecendo com isso, na ceia, um ritual de aliança.
     No Velho Testamento vemos Abraão indo ao encontro de Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo, e levando pão e vinho. O que era isto? Um ritual de aliança. Quando ceamos, estamos reconhecendo que realmente estamos aliançados com Cristo, e que nossas vidas estão misturadas, fundidas uma na outra (1 Co.6.17).
     Jesus deixou bem claro aos que o seguiam que não bastava apenas simpatizar-se com ele ou seguí-lo pelos milagres que operava, mas que era necessário aliança, e aliança no mais elevado e sagrado nível que os judeus conheciam: a aliança de sangue.
     Muitos não compreendem isto por não conhecer os costumes da época, mas era a este tipo de aliança que Jesus se referia ao proferir estas palavras:


“Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele.”
(João 6.53-56)

     É óbvio que Jesus não falava sobre comer a carne literalmente, mas sim sobre aliança, sobre mistura de vida; isto fica claro quando o Mestre conclui dizendo que tal pessoa permaneceria nele e ele nesta pessoa. Este texto também não fala diretamente da ceia, mas sim da nossa aliança com Cristo; embora deixe claro qual é figura da ceia: um ritual de aliança onde testemunhamos comunhão entre nós e o Senhor Jesus Cristo.


UM TEMPO DE COMUNHÃO
     No tempo apostólico as ceias eram também chamadas de “ágapes” (ou “festas de amor”), o que reflete parte de seu propósito. As ênfases na expressão “corpo” que encontramos no ensino bíblico da ceia, reflete esta visão de unidade e comunhão. A mesa é um lugar de comunhão em praticamente quase todas as culturas e épocas, e a mesa do Senhor não deixa de ter também esta característica.

UM ATO DE CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS
     Na epístola de Paulo aos coríntios, fica claro que a Ceia do Senhor tem consequências espirituais; ela será sempre um momento de benção ou de maldição para os que dela participam.


BENÇÃO
“Porventura o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?”
(1 Coríntios 10.16)

     Observe o termo “cálice da benção”. Isto não é figurado, é real. A Ceia do Senhor traz bênçãos espirituais sobre aqueles que dela participam.
     Um outro termo empregado neste versículo, que nos revela algo importante, é “comunhão”; quando ceamos, estamos pela fé acionando um poderoso princípio, temos comunhão com o sangue e com o corpo de Cristo! O que isto significa? Quando derramou seu sangue, Jesus o fez para a remissão de nossos pecados, logo, ao comungarmos o sangue, estamos provando que tipo de bênçãos? A purificação, e também a proteção, pois o diabo não pode transpor o poder do sangue para nos tocar (Ex 12.23, Ap 12.12).
     E o que significa ter comunhão com o corpo? O corpo de Jesus foi moído porque ele tomou sobre si nossas enfermidades, e as nossas dores carregou sobre si, e pelas suas feridas fomos sarados (Is 53.4,5). A obra redentora de Cristo nos proporciona cura física, e na Ceia do Senhor é um momento onde podemos provar a benção da saúde a da cura. Muitos estavam fracos e doentes na igreja de Corinto por não discernirem o corpo do Senhor na Ceia.
     Ao falar sobre comungarem com o corpo do Senhor, Paulo se referia não apenas ao corpo do Cristo crucificado por meio do qual somos sarados, mas também ao corpo ressurreto, no qual habita toda a plenitude da divindade e é fonte de vida aos que com ele comungam.
     A Ceia do Senhor deve ser um momento especial de comunhão, reflexão, devoção, fé, e adoração. Tudo deve ser feito de coração e com reverência, pois é um ato de conseqüências espirituais.


MALDIÇÃO
     A Bíblia não usa especificamente esta palavra, mas mostra que a maldição pode vir como um juízo de Deus para quem desonra a Ceia do Senhor. Depois de ter dito que ao participar da mesa do Senhor a pessoa está anunciando a morte de Jesus até que ele venha, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, traz a seguinte advertência:

“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.”
(1 Coríntios 11.27-32)

     Para muitas pessoas, a Ceia é algo que as amedronta; preferem não participar dela quando não se sentem dignas, para não serem julgadas. Mas veja que a Bíblia não nos manda deixar de tomar, e sim fazer um auto-exame antes, pois se houver necessidade de acerto devemos fazê-lo o mais depressa possível (1 Jo 1.9).
     Deixar de participar da mesa do Senhor é desonrá-la também! Devemos ansiar pelo momento em que dela partilharemos, e não evitá-la. Mas há aqueles que querem fingir que estão bem, e participam sem escrúpulo algum do que é sagrado; para estes, não tardará o juízo.
     Participar da mesa do Senhor tem conseqüências espirituais; ou o cristão é abençoado ou é amaldiçoado. Não há meio termo; a refeição não é apenas um simbolismo; não se participa da Ceia do Senhor como se participa de uma cerimônia qualquer, pois é um momento santificado por Deus e de implicações no reino espiritual.


QUEM PARTICIPA
     A Ceia, como ritual de aliança que é, destina-se, portanto, aos que já se encontram em aliança com Cristo; ou seja, aos que já nasceram de novo e estão em plena comunhão com Deus. Há igrejas que só servem a Ceia para quem pertence ao seu rol de membros; consideramos isto um grande erro, pois a Ceia do Senhor é para quem o serve de todo coração, independentemente de tal pessoa congregar em nossa igreja local ou não; se a pessoa faz parte do Corpo de Cristo na terra, então deve participar da mesa.
     Há ainda, aqueles que afirmam só poder participar da Ceia do Senhor quem já se batizou nas águas, mas não há sustentação bíblica para isto; desde o momento em que a pessoa se comprometeu com Cristo em sua decisão ela já está dentro da aliança firmada por Jesus na cruz. Entendemos que o novo convertido deva ser encaminhado para o batismo tão logo seja possível.
     Os critérios básicos são: estar aliançado com Cristo, e com vida espiritual em ordem. Contudo, não proibimos ninguém de participar, apenas ensinamos o que a Bíblia diz, para que cada pessoa julgue-se a si mesma. Nem Judas Iscariotes, em pecado e endemoninhado foi proibido por Jesus de participar da Ceia (Lc 22.3,21).
     A instrução bíblica é que a pessoa se examine a si mesma, e não que seja examinada pelos outros. Portanto não examinamos ninguém, nem as proibimos, só instruímos. Se a pessoa insistir em participar de forma indigna colherá o juízo divino.




ONDE ACONTECE
     Não há um lugar determinado para se realizar a Ceia, onde quer que estejam reunidos os cristãos ela poderá ser feita.
     No livro de Atos, lemos que o pão era partido de casa em casa (Atos 2.46), o que nos deixa totalmente à vontade em relação a celebrá-la nas células; mas Paulo ao usar as seguintes palavras: “…quando vos reunis na igreja…” e “Se alguém tem fome coma em casa…” (1 Coríntios 11.18 e 34); revela que na cidade de Corinto a Ceia era praticada também num local maior de reunião para toda a igreja.
     Portanto, como nos reunimos no templo e nas casas, à semelhança dos dias do Novo Testamento, também praticamos a Ceia do Senhor nos dois locais de reunião, sendo que a maior incidência se dá no templo quando reunimos todo o corpo local.


QUANDO ACONTECE
     Entendemos que não há uma periodicidade definida pela Bíblia quanto à celebração da Ceia; Jesus apenas disse:

“…fazei isto, TODAS AS VEZES QUE o beberdes, em memória de mim”
(1 Co 11.25b).

     Esta expressão “todas as vezes que” nos dá liberdade de fazermos quando quisermos, mas sempre em memória do Senhor Jesus Cristo.
     Em nossa igreja, celebramos a Ceia do Senhor mensalmente no templo, e não temos periodicidade definida nas casas.


COMO É CELEBRADA
     No templo ela é celebrada pelo presbitério, que normalmente se serve dos Discipuladores e Lideres para que ajudem na distribuição; já nas células (em nossa igreja), ela é celebrada pelos líderes e auxiliares.
     Encorajamos os líderes de célula a utilizarem um só pão que deve ser partido na hora da Ceia, e um cálice a ser dividido entre o grupo, como sinal de comunhão. Já no templo, devido à quantidade de pessoas e ao tempo de reunião, não procedemos assim; o normal é já servimos o pão cortado em pequenos pedaços e o suco de uva em pequenos cálices individuais.
     Na igreja primitiva, quando celebrada nas casas, a Ceia do Senhor era também chamada de ágape ou festa de amor. Os irmãos se reuniam para ter comunhão ao redor da mesa, onde tomavam suas refeições juntos; e juntamente com as refeições celebravam a Ceia. Nas casas é possível cearmos de maneira informal e festiva, e é o que procuramos fazer.